sábado, 27 de junho de 2009

RELATÓRIO DA ATIVIDADE DE ALFABETIZAÇÃO

ESTUDO REALIZADO SOBRE ALFABETIZAÇÃO NA ESCOLA/LICENCIATURA EM PEDAGOGIA



INTRODUÇAO:


O ato de escrever propicia a discussão interior, a interlocução, mesmo na ausência, a organização e solidificação do pensamento. Ao elaborarmos a reflexão escrita nos dão conta do que já sabemos e do que nos falta conhecer. (SME, 1989:12)


No processo inicial da alfabetização a criança esta construindo suas primeiras hipóteses de escrita e leitura. Essa aprendizagem não se realiza da mesma forma para todos os alunos, para a criança a aprendizagem da escrita não e uma tarefa fácil, pois requer um processo de construção do pensamento por isso é importante criar momentos na nossa rotina de sala de aula em que os alunos possam escrever sozinhos e em duplas possibilitando discussões que é de fundamental importância para o desenvolvimento da aprendizagem. Segundo Emilia Ferreira

A criança aprende a ler e escrever porque é desafiada a confrontar suas hipóteses sobre leitura e escrita com outras possibilidades que serão oferecidas pelo professor. As pesquisas de Emilia Ferreira e Ana Teberosky apontam para as hipóteses que as crianças constroem neste processo. FERREIRO, Emilia e TEBEROSKY, Ana (1999).

Portanto é preciso saber quais são os conhecimentos que a criança tem, naquele momento, sobre o processo de construção da leitura e da escrita, para iniciar o trabalho de alfabetização. Ao aplicar a atividade de leitura e escrita com a turma pensamos nos seguintes objetivos:

· Colocar em ação diferentes estratégias de literatura e escrita;
· Confrontar as idéias, levando assim a construção do pensamento entre as duplas;
· Fazer o ajuste do falado ao que esta escrita levando em consideração o conhecimento que possuem sobre o sistema da escrita.

Esta atividade de alfabetização com a professora Giovana Cristina Zen foi realizada na turma da professora Têiles Beatriz Meira de Freitas, na Escola Municipal Luiz Viana Filho, com o grupo 7A, a mesma é composta por vinte e oito alunos, sendo sete alunos na hipótese pré-silábica, cinco silábicos sem valor sonoro, seis silábicos com valor sonoro, quatro silábicos alfabéticos e seis alfabéticos iniciais.

Nessa atividade foi trabalhada como conteúdo na sala de aula a montagem de uma parlenda já conhecida de memória pelos alunos, “Rei Capitão” para analisar a hipótese de escrita e leitura da turma.

Primeiro fizemos uma avaliação diagnostica com todos os alunos para analisar as hipóteses e assim fazermos os agrupamentos levando em conta as hipóteses de escrita para podermos aplicar a atividade na sala.

2. DIAGNOSTICO DA TURMA

Além das propostas e instrumentos utilizados nesta atividade elaboramos uma tabela de desenvolvimento com as hipóteses de escrita da turma, como o abaixo representado.
3. PLANEJAMENTO:

Depois de analisarmos cada amostra dos alunos, elaboramos um planejamento para aplicarmos na sala as três propostas diferenciadas sugerida pela professora Giovana com a mesma parlenda, fazendo com que os alunos possam:

OBJETIVOS DO PLANEJAMENTO:

Fazer com que os alunos coloquem em ação diferentes estratégias de leitura e escrita a partir dos desafios propostos;
Confrontar as idéias, levando assim a construção do pensamento entre as duplas;
Fazer os ajustes do falado com o que esta escrita levando em consideração o conhecimento que possuem sobre o sistema da escrita;

CONTEÚDO DA ATIVIDADE:

Leitura e escrita de um texto conhecido de memória, “parlenda”;
Oralidade;

MATERIAL UTILIZADO:

Papel metro;
Letras movem;
Cartolina para fazer os cartões das palavras;
Fita adesiva;


METODOLOGIA:
Antes de aplicarmos a atividade, foi trabalhado durante alguns dias três parlenda com a turma para que eles memorizassem. Dois dias antes de aplicarmos a atividade pedir que eles escolhessem uma para trabalharmos na sala, e expliquei que se tratava de uma atividade da faculdade, e precisávamos fazer a montagem de uma das parlendas com eles, e naquele momento estaria na sala mais dois professores para aplicarmos a atividade. Por julgar menor e por terem tido uma maior facilidade em memorizá-la escolheram Rei Capitão.

O planejamento foi baseado nas três propostas apresentada pela professora, onde estaremos apresentando a atividade e explicando a consigna para as duplas. Fizemos os agrupamentos levando em consideração as hipóteses de escrita na qual cada um se encontrava. E montamos os agrupamentos da seguinte forma:

VEJA OS AGRUPAMENTOS ABAIXO:

PRIMEIRA PROPOSTA:

Pré- silábico (Lucas Pinheiro) e silábico com valor sonoro (Diogo)
Silábica sem valor sonoro (Daniela) e silábico com valor sonoro (Fabricia)

SEGUNDA PROPOSTA:

Alfabético inicial (Micaela) e alfabético inicial (Heric)
Alfabético inicial (Lucas Lopes) e alfabético inicial (Milene)

TERCEIRA PROPOSTA:

Silábico alfabético (Lucas Conceição) e alfabético inicial (Kenedy)
Silábico alfabético (Ian) e silábico com valor sonoro (Carolina)
Silábico com valor sonoro (Keven) e silábico sem valor sonoro (Vitória)

4. DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE:

Primeiro separamos as duplas e expliquei que iríamos para a sala da professora Núbia por que nas mesas eles teriam melhor apoio no momento da montagem e que as cadeiras não seriam adequadas para realizar essa atividade. Colocamos em cada mesa uma dupla, depois a professora Núbia explicou como seria feita a atividade, deixando claro para todos que um iria precisar do outro para resolver juntos os desafios que poderiam encontrar.

Ela explicou para os alunos que ficaram com a primeira proposta que a parlenda estava toda dividida em palavras, e que não sobrava nenhuma, pois todas pertenciam a parlenda.

Ao montar parlenda Lucas pegou a palavra rei, e quando a professora perguntou ele afirmou com muita segurança justificando que rei começava com R. porem no momento de pegar a palavra capitão eles entraram em conflito porque Lucas afirmava que não tinha a palavra capitão, e quando a professora questionou, ele respondeu que capitão começava com Q. quando a professora perguntou:
- o que o Diogo achava, ele também concordou.
Então a professora mostrou para eles algumas palavras que iniciava da mesma forma de capitão e explicando que a letra C, tem som de Q quando inicia as palavras e diante das vogais A, O e U. Diante da explicação o Diogo que já tinha valor sonoro descobriu qual era a palavra capitão.

Para os alunos da segunda proposta foi explicado que ali tinha todas as letras da parlenda e que deveriam usar todas as letras ali disponíveis, pois não poderiam sobrar letras.

Ao montar a parlenda achei muito interessante quando Lucas Lopes montou a palavra capitão perguntou:
- Posso colocar o til em cima do A?
- Por quê? E ele respondeu:
- Porque aqui tem ão, então tem que colocar o til. E permitir que ele colocasse o acento

Outro confronto foi na palavra moça, por causa da cedilha. Os dois entraram em conflito, Milene saiu e foi pegar a letra S para coloca na palavra moça, e disse que todas as letras da parlenda estavam ali e como não tinha a letra S isto significa que moça não tem S. Foi quando questionei a Lucas:
- o que você acha?
E Lucas colocou a letra C, de imediata Milene disse que ficava CA.
E Lucas, mas se não tem o S.
Então disse para eles que a palavra carroça erra escrita com a letra, mas ela vinha com uma cedilha embaixo do C para dar o som de S. De imediato eles descobriram que teria que colocar o C, mas estava faltando a cedilha, então Lucas pegou uma caneta e colocou.

Para as duplas da terceira proposta, foi dito que eles teriam muitas letras para utilizar a vontade e assim poder escrever a parlenda, porém cada aluno teria que colocar uma letra e dizer por que estava colocando aquela, depois passar a vez para o colega.

Nessa dupla, o que foi observado foram quais letras eles pegavam e se conseguia justifica o que pegava. Eles entraram em conflito ao escrever a parlenda porque keven tem uma maior dificuldade em pronunciar a parlenda e Vitória não tem quando Vitória estava em rei capitão, keven já estava no final da parlenda e ela reclamou:
- não agora é moça bonita, então, ele pegou e colocou as letras MCA, para a palavra moça e ela colocou OIA, para escrever bonita foi quando pedir para que os dois lessem e keven disse que faltava a letra B e T. Perguntei:
-por que estava faltando?
-ele respondeu:
-que bo, era B e O e ta, era T e A..

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Ao desenvolver a atividade proposta em sala de aula observamos o quanto ofereceu aos alunos oportunidade de melhorar seus conhecimentos lingüísticos. E nas diferentes situações de fala, de escuta, de escrita e de leitura, é que percebemos a busca do pensamento por parte dos alunos para resolver os desafios. De forma que os alunos passa a construir seus próprios saberes e aprendendo a aplicá-los em outros contextos.


Com tudo é de fundamental importância que o professor organize suas intervenções de modo que venham possibilitar aos alunos leitura e escrita com reflexão para resolver cada desafio encontrado, valorizando os saberes de cada aluno, tornando assim um mediador da aprendizagem.

Sabemos que é preciso respeitar o momento de aprendizagem de cada criança e que alfabetizar não é apenas copiar ou decifrar palavras. Alfabetização é um processo continuo da construção do conhecimento. Seguem anexas fotos da atividade. (Anexo único).

COMPONENTES:

ALEXANDRO CUNHA
NÚBIA BARBOSA DOS SANTOS
TÊILES BEATRIZ MEIRA DE FREITAS



REFERÊNCIAS:

FERREIRO, Emilia e TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre, Artemed, 1999.

Um comentário:

Gleivia Rodrigues disse...

Atividade de Alfabetização proporcionou ao grupo repensar no planejamento sistematizado para realização de uma avalição diagnóstica e as parcerias corretas para realizar atividade significativas.